quarta-feira, 31 de julho de 2013

Mudança de vida - o começo de tudo


Resolvi hoje a tarde retomar a ideia de ter um blog. Tinha um outro antigo que também tinha quase o mesmo nome, mas com o passar do tempo foi ficando monótono, fui parando de escrever. E um dia em que eu estava de mau humor o deletei. Mas esse eu creio que vai durar bem mais tempo, rsrs.

Mas como vou começar uma vida nova, legal um blog novo também, rs.
Se alguém ler o que eu escrever, legal... Se isso servir pra ajudar alguém, melhor ainda! Mas penso que registrar esta transição vai me dar mais forças para seguir em frente, como se fosse uma questão de honra, pra provar pra mim mesma que sou capaz. Documentar aqui as minhas evoluções e mudanças, de forma que se um dia eu fraquejasse, pudesse voltar no primeiro post, ler o que escrevi e voltar a ter coragem pra continuar.

E aos 44 anos, sabendo que já vivi cerca de metade da minha vida ou talvez até mais da metade, sei que agora vai parecer que o tempo vai passar mais rápido e a minha saúde andava dando sinais que precisava de cuidados urgentes. E e pela primeira vez me propus a virar a mesa e acredito que compartilhar aqui a minha história vai ser bom pra mim.
Como transições sempre há perdas e ganhos, estou mais contente com os ganhos do que com as perdas que eu vou ter daqui pra frente. Esta transição tem a ver com a minha relação com meu corpo, com a minha alimentação e da minha família. Sou obesa e não quero ver meu marido e filhos assim também. Então tenho dois caminhos: ou escolher mudar ou aceitar o "destino".

- Me lembro que desde que eu tinha uns 10 anos, já ouvia brincadeiras do tipo: "murcha a barriga, Leticia!". É complicado viver quase a vida toda às voltas com a balança, é chato, entristece.
E durante todo este tempo já fiz mil dietas: da lua, da água, do abacaxi, da proteína (que me rendeu muitos cálculos na vesícula e nos rins.. e acabei perdendo a vesícula), dieta com acupuntura, herbalife (engordei com este negócio), com remédios que meu marido dizia que eu ficava maluca quando tomava (devia ficar mesmo, rsrs), fórmulas que eu nem sabia direito o que eram (mas falavam que era à base de plantas), quitosana, chá-verde, blá blá blá... e tentativas frustradas de seguir a dieta dos pontos, do sangue, das gotas de limão, da sopa e outras que nem me lembro. Emagrecia, mas sempre engordava tudo depois, pois queria matar a saudade de comer as coisas gostosas, afinal o regime tinha feito com que eu me privasse delas por um bom tempo.
Eu nasci em uma família que gosta de massa, doces, comer... e todo mundo cozinha muito bem. Nós sempre comemoramos as coisas com uma mesa farta, muito refrigerante, açúcar, temperos... por que comer pra gente sempre foi fonte de prazer. E com isso viramos uma grande família com vários gorduchos, alguns tristes e outros felizes, mas cheios de histórias de dietas pra contar. E de um tempo pra cá, com várias histórias de cirurgias bariátricas também.

Mas de fevereiro pra cá, a situação se complicou... e foi tomando uma dimensão que meus filhos me diziam que eu tinha que fazer algo, pois até minha personalidade tinha mudado, pra pior. Eu já estava com dificuldades pra fazer coisas simples, como calçar um sapato, abaixar, etc... Meu sono era de péssima qualidade e com crises de insônia e quando dormia acordava com a sensação de cansada. Nem saía de casa mais, pois estava com fascite plantar, uma inflamação nos ligamentos dos pés que me impediam de caminhar maiores distâncias. Se eu andasse um pouco mais, mal conseguia pisar no chão depois e tinha que tomar anti-inflamatórios durante alguns dias para melhorar.

E a minha história de mudança começou há cerca de um mês, dia 26/06/2013.

- Foi quando fui a uma endocrinologista, e quem convive comigo sabia que eu não estava nada bem... e me dei conta que: ou me tratava ou morreria cedo. A pressão arterial estava descontrolada, chegando a 19/12. Estava com dores intensas para caminhar, rins funcionando mal, dores nas articulações... Sabia que como os peixes, estava morrendo pela boca. Tinha que mudar, pois também percebi que minha taxa de glicose em jejum tava passando de 100.

- E a médica foi taxativa, pra reverter o quadro evidentemente era necessário emagrecer. E não só emagrecer, mas mudar a forma de me alimentar o resto da vida. Ou isso, ou falta de qualidade de vida.
O que eu quero de verdade é ter saúde 100%. O número do manequim, não é o foco principal, mas tenho sim a meta de ter um corpo normal, sem ter que passar constrangimentos e sofrer preconceito das pessoas.
Vendo que eu tinha IMC acima de 40, a médica me perguntou o que eu achava da cirurgia bariátrica. Pessoalmente não a vejo com bom olhos, pois embora tenha dado certo pra muita gente, deu errado pra muitas também. Conheço algumas pessoas que voltaram a engordar também ou não emagreceram o tanto que imaginavam. E é cortar quase o estômago inteiro fora, alterar o organismo de uma forma que não tem volta. E mesmo na bariátrica se a pessoa não mudar a forma que se alimenta, não adianta. Então pensei, será que eu não posso mudar minha alimentação sem mutilar meu estômago? Resolvi tentar mais uma vez!

Depois de um mês mudando de vida e aprendendo a me alimentar corretamente, bebendo 2 a 3 litros de água por dia, cortando açúcar, sal, refrigerantes e todas as gordices, voltei ao consultório da endocrinologista para conferir os resultados e avaliar os exames que ela tinha pedido. Tava tudo bem, menos a taxa de glicose. Mas começou a valer a pena a mudança. \o/
Saldo de um mês de investimento em mim >> eliminei 10 kg
Com a pressão arterial controlada, fim da fascite plantar e diminuição nas dores nas articulações, rins funcionando perfeitamente, estou mais disposta, mais feliz. A pré-diabetes tipo 2 foi constatada e não tem volta, eu já sabia que viria mais cedo ou mais tarde, pois tenho mãe e avó materna com a doença. Mais um incentivo pra eu me cuidar.

Minha caminhada ainda está muito no início e tem muito chão pela frente, mas tenho certeza do que eu quero e sei que esta mudança será pra sempre, se eu quiser ter saúde e viver mais e com qualidade...  e começando sempre no supermercado, na hora da compra da semana. Deixamos de comprar um monte de coisas, quando vimos o exagero de sódio, carboidratos ou açúcar que estes alimentos tem. Sim, estamos agora lendo os rótulos pra saber o que levamos pra casa e comemos.

Quanto a este blog, estou planejando escrever aqui de 15 em 15 dias mais ou menos, ou até com mais frequência, vamos ver como vai ser. Mas se surgir novidades, vou escrever aqui pra registrar.
Então, até a próxima.. =)